quinta-feira, 11 de abril de 2013

PARA QUE SERVE O BOBO DA CORTE

Carlos Gilberto Triel

Nesses tempos de Facebook , o uso de plaquinhas de frases de efeito à luz da psicologia de varejo virou moda. Foi lá o tempo em que tiradas geniais mereciam estampas em camisetas e, quando não a ordem do dia em quarteis e campanhas publicitárias.
A fartura de definições disso ou daquilo é tanta que, por um momento tem-se à impressão de que para todo e qualquer problema existencial, a simples passagem pela rede social resolve desde a dor de corno até o danado do incômodo que aflige o corpo e a alma.

Boa mesmo é aquela antiga, de que atrás de um grande homem tem sempre uma grande mulher. É razoável, mas a questão é que à frente desse cara sortudo tem também um Bobo da Corte a lhe espelhar em tempo integral o quanto se é ridículo e patético.
Observem o bom prefeito, o empresário de sucesso, o artista famoso, ou mesmo o alto funcionário duma multinacional. Todos, sem exceção fazem questão de trazer consigo um Bobo da Corte a tiracolo. E por que isso?
Elementar, um homem realmente de valor não se deixa iludir, sabe que não pode e nem deve ser levado a sério por si mesmo e, permite que um bobo da vida realce seus tresloucados jeitos de ser, para rir de si próprio e, se manter equilibrado ao chão.

Mas, o Bobo não percebe que a importância de suas palhaçadas faz parte dum projeto pessoal, de vida do seu patrão, uma refletida escolha feita a policiar excessos pessoais. E o Bobo não se dá conta do seu posto e, acaba a por os pés pelas mãos subvertendo seu papel.


Então o homem de valor descobre que o Bobo perdeu sua utilidade, não passa dum bobalhão barato como tantos, grosseiro por índole e inconveniente por formação, e o despede.

E com a ousadia dos maus, o Bobo ainda incorporado com o pior do seu ex-patrão parte para o voo solo e, se faz de engraçado não para melhorar os homens, mas para ganhar o aplauso e o expropriar dos fracos, das pessoas solitárias e dos aleijados do corpo e da sorte.
Bom seria para a humanidade que os Bobos da Corte se limitassem ao seu papel de atores de Ópera Bufa e não fossem tomar de assalto os governos, as prefeituras, o Congresso e muito menos ousassem com sua liturgia 100% mercantil a falar de Deus e ao coração...

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