O ministro Joaquim Barbosa em reunião com as associações de magistrados deu um puxão de orelhas na categoria ao dizer que a criação de novos Tribunais Regionais Federais foi aprovada de forma sorrateira e, ironicamente apostou:
“Esses tribunais vão ser criados em resorts, em alguma grande praia!”
Disse também que o Congresso mais uma vez tomou uma decisão de suma importância sem ouvir o Conselho Nacional de Justiça e, que senadores e deputados foram induzidos a erro, porque ninguém colocou nada no papel.
Um dos representantes disse que a AJUFE (Associação de Juízes Federais) foi ouvida no processo, e o suficiente para que o ministro Joaquim Barbosa deixasse bem claro:
- “A Constituição não dá poderes à Ajufe. Isso não faz parte das exigências constitucionais. Não confunda a legitimidade que o senhor tem enquanto representante sindical com a legitimidade dos órgãos do Estado. Eu estou dizendo é que órgãos importantes do Estado não se pronunciaram sobre o projeto. Vocês participaram de forma sorrateira na aprovação”.
Nesse momento, o vice-presidente da Ajufe, Ivanir Cesar Ireno protestou:
- Sorrateira não, ministro. Sorrateira não. Democrática e transparente.
Barbosa ficou irritado com a intervenção.
- "O senhor abaixe a voz que o senhor está na presidência do Supremo Tribunal Federal. Só me dirija à palavra quando eu lhe pedir".
E continuou:
- “Como é que quase duplica o número de tribunais federais no Brasil dessa maneira? Os senhores não representam o Conselho Nacional de Justiça. Os senhores não representam o Superior Tribunal de Justiça, representam seus interesses corporativos legítimos".
E Joaquim Barbosa prosseguiu:
"Mais isso não supre a vontade dos órgãos estatais. Compreendam isso. Os senhores não representam a nação. Não representam os órgãos estatais. Os senhores são representantes de classe. Só isso”.
Mais adiante quando os magistrados afirmaram que era necessário fortalecer a instituição democrática e prestigiar o STF, ouviram de volta que "o STF se prestigia por si próprio".
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