Por Gutemberg Brito
Estudo
aponta o município do Rio de Janeiro como o mais suscetível a sofrer os
impactos das mudanças do clima previstas para os próximos 30 anos no Estado.
Angra, Paraty, Petrópolis e Teresópolis destacam-se pela elevada vulnerabilidade
ambiental
O aumento de eventos climáticos, como as tempestades tropicais, as secas ou as ondas de calor, é um dos indícios das mudanças do clima sentidas em diversas partes do planeta.
Segundo especialistas, se a liberação de gases do efeito
estufa na atmosfera, como o gás carbônico, permanecer de forma continuada, o
cenário mundial tende a ser agravado.
No Estado do Rio de Janeiro, estas
alterações climáticas podem ser observadas, dentre outros aspectos, na elevação
da ocorrência de catástrofes naturais, como as chuvas mais intensas - que
resultam em inundações e alagamentos - além de problemas de saúde da população,
tais como o crescimento do número de casos de dengue e leptospirose, bem como o
número de mortes ocasionadas pela intensificação destas chuvas.
Atentos a essa
realidade, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria
com a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz) e a
Fiocruz-Minas, desenvolveram o ‘Mapa de vulnerabilidade da população dos
municípios do Estado do Rio de Janeiro frente às mudanças climáticas’.
A
iniciativa, que teve seus resultados anunciados na manhã desta quinta-feira
(08/08), tem como objetivo indicar a exposição dos municípios do Rio de Janeiro
às mudanças climáticas previstas para os próximos 30 anos.
O estudo aponta, ainda, que os
municípios de Magé e Campos dos Goytacazes também apresentam
vulnerabilidade acima de 0,50, que é a média estadual, para os três indicadores
que compoem o IVG.
“Estes resultados mostram a relevância de ações integradas
nos setores da saúde, social e ambiental para a promoção da resiliência da
população municipal”, ressalta a pesquisadora.
Já o município de Nilópolis
apresentou-se como o menos vulnerável na escala, seguido de São Pedro da Aldeia
(localizado na Macrorregião das Baixadas Litorâneas) e Volta Redonda
(Macrorregião Sul-Fluminense), que também apresentaram baixa vulnerabilidade
para três indicadores.
A especialista alerta, no
entanto, que o baixo índice apresentado por determinados municípios não
significa a ausência de risco. “O fato de o município ter recebido valor zero
(0) para o IVM indica que este índice é o menor dentre todos os municípios,
assim como o valor um (1) não significa que o município seja o mais vulnerável,
mas que há uma instabilidade relativamente maior que os demais, devendo ser,
portanto, objeto de atenção prioritária na implantação de políticas, planos e
programas de adaptação à mudança climática”, afirma.
Os municípios da Macrorregião Costa
Verde, como Angra dos Reis e Paraty, e da Macrorregião Serrana, como Petrópolis
e Teresópolis, por sua vez, destacam-se pela elevada vulnerabilidade ambiental.
“Estas Macrorregiões devem estar atentas aos cuidados necessários para a
proteção das florestas”, diz.
A especialista destacou a importância
do estudo para a orientação de políticas públicas, a fim de apoiar as decisões
estratégicas de adaptação aos efeitos projetados das mudanças do clima.
“Este
conjunto de informações permite a identificação desse ‘hostpot’ metropolitano,
mas os indicadores parciais também podem ser utilizados para a orientação de
políticas setoriais, sejam de saúde, socioeconômicas ou de proteção ambiental”,
finaliza.
Fonte Fundação Oswaldo Cruz
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