sábado, 10 de agosto de 2013

TERMÔMETRO CLIMÁTICO

Por Gutemberg Brito

Estudo aponta o município do Rio de Janeiro como o mais suscetível a sofrer os impactos das mudanças do clima previstas para os próximos 30 anos no Estado. Angra, Paraty, Petrópolis e Teresópolis destacam-se pela elevada vulnerabilidade ambiental

O aumento de eventos climáticos, como as tempestades tropicais, as secas ou as ondas de calor, é um dos indícios das mudanças do clima sentidas em diversas partes do planeta. 

Segundo especialistas, se a liberação de gases do efeito estufa na atmosfera, como o gás carbônico, permanecer de forma continuada, o cenário mundial tende a ser agravado. 

No Estado do Rio de Janeiro, estas alterações climáticas podem ser observadas, dentre outros aspectos, na elevação da ocorrência de catástrofes naturais, como as chuvas mais intensas - que resultam em inundações e alagamentos - além de problemas de saúde da população, tais como o crescimento do número de casos de dengue e leptospirose, bem como o número de mortes ocasionadas pela intensificação destas chuvas. 

Atentos a essa realidade, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz) e a Fiocruz-Minas, desenvolveram o ‘Mapa de vulnerabilidade da população dos municípios do Estado do Rio de Janeiro frente às mudanças climáticas’. 

A iniciativa, que teve seus resultados anunciados na manhã desta quinta-feira (08/08), tem como objetivo indicar a exposição dos municípios do Rio de Janeiro às mudanças climáticas previstas para os próximos 30 anos.

O estudo aponta, ainda, que os municípios de Magé e Campos dos Goytacazes também apresentam  vulnerabilidade acima de 0,50, que é a média estadual, para os três indicadores que compoem o IVG.

 “Estes resultados mostram a relevância de ações integradas nos setores da saúde, social e ambiental para a promoção da resiliência da população municipal”, ressalta a pesquisadora. 

Já o município de Nilópolis apresentou-se como o menos vulnerável na escala, seguido de São Pedro da Aldeia (localizado na Macrorregião das Baixadas Litorâneas) e Volta Redonda (Macrorregião Sul-Fluminense), que também apresentaram baixa vulnerabilidade para três indicadores.

A especialista alerta, no entanto, que o baixo índice apresentado por determinados municípios não significa a ausência de risco. “O fato de o município ter recebido valor zero (0) para o IVM indica que este índice é o menor dentre todos os municípios, assim como o valor um (1) não significa que o município seja o mais vulnerável, mas que há uma instabilidade relativamente maior que os demais, devendo ser, portanto, objeto de atenção prioritária na implantação de políticas, planos e programas de adaptação à mudança climática”, afirma.

Os municípios da Macrorregião Costa Verde, como Angra dos Reis e Paraty, e da Macrorregião Serrana, como Petrópolis e Teresópolis, por sua vez, destacam-se pela elevada vulnerabilidade ambiental. “Estas Macrorregiões devem estar atentas aos cuidados necessários para a proteção das florestas”, diz.

A especialista destacou a importância do estudo para a orientação de políticas públicas, a fim de apoiar as decisões estratégicas de adaptação aos efeitos projetados das mudanças do clima.

“Este conjunto de informações permite a identificação desse ‘hostpot’ metropolitano, mas os indicadores parciais também podem ser utilizados para a orientação de políticas setoriais, sejam de saúde, socioeconômicas ou de proteção ambiental”, finaliza.

Fonte Fundação Oswaldo Cruz





Nenhum comentário:

Postar um comentário