Por Hélida Mascarenhas Guarani-Kaiowá
"A população ainda chama as Unidades Básicas
de Saúde de "postinho", mas que um profissional de Saúde assim o faça
também, é colocar no pejorativo.
Não existem "postinhos" no desenho do
Sistema Único de Saúde. Sim, infelizmente, muitos médicos já entram de costas
nos ambulatórios do SUS.
Alguns cumprem as cotas preconizadas de
atendimento, isto é, geralmente se recomenda que, na assistência ambulatorial
devam ser atendidos 12 (doze) pacientes no máximo, em jornada de 4 (quatro)
horas, respeitadas as limitações em números menores, conforme as especialidades
(demanda por complexidade dos casos).
A jornada de trabalho, entretanto, não é de quatro
horas em nenhum contrato. É de um dia inteiro, dois turnos, portanto.
Quase nenhum profissional a cumpre, mas existem
exceções, e eu mesma, como Diretora de Policlínica que fui, tive no quadro de
funcionários um clínico que se desdobrava, pois atendia TAMBÉM alguns pacientes
do HIPERDIA (Programa de Hipertensão e Diabetes).
Embora fosse médico concursado, daquela prefeitura,
não fosse sua atribuição esse atendimento e percebesse salário muito menor do
que a profissional "cooperada" contratada para o HIPERDIA, que,
justamente, atendia cota menor do que a preconizada, em horário menor do que o
de seu contrato.
Mas o clínico atendia os pacientes e ele o fazia
por humanidade.
Sim, existem as exceções honrosas na categoria. Mas
se me perguntarem porque existe este (des)comportamento, eu lhe direi que o
problema é a anuência da gestão (poderes mais do alto do que um/a simples
diretor/a técnico/a)".
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