Nos sábados de Aleluia, dia consagrado à malhação
dos Judas, não há político, vizinho ou comerciante que não admita que possa ser
o “Traidor” pendurado no poste em frente à sua própria casa.
Nas madrugadas de sexta para sábado, às vezes se
contratam até seguranças para que façam vigília a fim de se evitar surpresas
desagradáveis, pois certas coisas estão naturalmente fora de controle.
Então tudo é alertado, vigiado e aprontado para que
o imprevisível não abale as estruturas. E depois, no domingo de Páscoa, depois
dum suspiro de alívio, repete-se o bordão: hoje é um novo dia, dum novo tempo
que começou...
Pois é, se todos os crimes e castigos pudessem ser resumidos
num só dia e, no outro seguinte o mundo estivesse disposto a aceitar tudo de
novo, outra vez.
Mas, não é assim que a lei dos homens funciona.
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