quarta-feira, 17 de setembro de 2014

SAÚDE EM NOVA IGUAÇU EM ILHAS DE EXCELÊNCIAS

O secretário de saúde, o Luiz Antônio Teixeira em vez de focar mais em competências técnicas da sua pasta, deu agora para imitar os políticos em conversas irrelevantes, sem futuro com o que imagina ser um provável eleitorado.

Poderia aproveitar esse tempo livre pra ler o livro "Sob Pressão - A Rotina de Guerra de Um Médico Brasileiro" (ed. Foz), lançado no dia de hoje, pelo seu colega, o médico carioca Márcio Maranhão, 44, cirurgião torácico.

Maranhão formou-se na Uerj em 1994 e fez cinco anos de residência em diversos hospitais públicos , buscava exercer a "medicina plena, social" com a intenção de retribuir a educação gratuita que recebera.

Decepcionou-se tanto que uma série de episódios traumáticos o levou a desistir do sistema, como do "inferno de Dante" no Souza Aguiar, em que pessoas disputavam bancos e gemia sobre macas de ferro.

E fala também do nosso Hospital da Posse, à época uma unidade federal, o cirurgião afirma que presenciou uma das emergências mais caóticas.

Ao abrir a cortina de um leito, encontrou um cachorro de rua com um potinho de comida. O animal havia sido acolhido ali por um funcionário da limpeza.

Em nove dos anos em que ficou no sistema, teve um aumento, de R$ 100, mas que não foi só o salário que contribuiu.

Não ter o que oferecer para o doente é muito angustiante e, ao mesmo tempo, te coloca em armadilhas. À beira do leito sem recurso, o paciente corre risco de morte e o médico, de ser imprudente", diz.

O médico afirma que somente quando o sistema de saúde voltar a ser realmente universal –"como é previsto na Constituição, sem deixá-lo somente para o pobre"– a situação pode ser revertida.

"Não bastam ilhas de excelência no SUS, tem de haver um mar que contemple a saúde universal".


Fonte Diane Brito/A Folha

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