O secretário de saúde, o
Luiz Antônio Teixeira em vez de focar mais em competências técnicas da sua
pasta, deu agora para imitar os políticos em conversas irrelevantes, sem futuro
com o que imagina ser um provável eleitorado.
Poderia aproveitar esse tempo livre pra ler o livro "Sob Pressão -
A Rotina de Guerra de Um Médico Brasileiro" (ed. Foz), lançado no dia de hoje, pelo seu colega, o médico carioca Márcio Maranhão, 44, cirurgião
torácico.
Maranhão formou-se na Uerj em 1994 e
fez cinco anos de residência em diversos hospitais públicos , buscava exercer a
"medicina plena, social" com a intenção de retribuir a educação
gratuita que recebera.
Decepcionou-se tanto que uma série de
episódios traumáticos o levou a desistir do sistema, como do "inferno de Dante"
no Souza Aguiar, em que pessoas disputavam bancos e gemia sobre macas de ferro.
E fala também do nosso Hospital da
Posse, à época uma unidade federal, o cirurgião afirma que presenciou uma das
emergências mais caóticas.
Ao abrir a cortina de um leito,
encontrou um cachorro de rua com um potinho de comida. O animal havia sido
acolhido ali por um funcionário da limpeza.
Em nove dos anos em que ficou no
sistema, teve um aumento, de R$ 100, mas que não foi só o salário que
contribuiu.
Não ter o que oferecer para o doente é
muito angustiante e, ao mesmo tempo, te coloca em armadilhas. À beira do leito
sem recurso, o paciente corre risco de morte e o médico, de ser
imprudente", diz.
O médico afirma que somente quando o
sistema de saúde voltar a ser realmente universal –"como é previsto na Constituição,
sem deixá-lo somente para o pobre"– a situação pode ser revertida.
"Não bastam ilhas de excelência no SUS, tem de haver um mar que contemple a saúde universal".
Fonte Diane Brito/A Folha
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