sábado, 13 de setembro de 2014

"O AMOR É PRA TODA VIDA"

Para Nelson Rodrigues, o amor é simples, tão simples que as pessoas fazem questão de complicar:

- “O homem se mata por amor e não por sexo.” Há, então, uma grande diferença entre amor e sexo.

Para ele, não havia nada mais abominável do que o desejo sem o amor,  justamente porque o mero desejo sexual apaga aquilo que nos separa dos animais:

- “No dia em que o sujeito perder a infinita complexidade do amor, cairá automaticamente de quatro, para sempre. Sexo como tal, e estritamente sexo, vale para os gatos de telhado e os vira-latas de portão”.

E Nelson não fazia por menos:

- “E ao passo que no homem o sexo é amor. Envergonha-me estar repetindo o óbvio. O homem começou a própria desumanização quando separou o sexo do amor.”

Caso alguém queira encontrar alguma filosofia da obra de Nelson Rodrigues, ela não só está no amor como essência do ser humano, mas também no sentido à existência:

- “Não há amor que não seja pra toda a vida. E os que acabam? Os que acabam não têm nada a ver com amor[...]

E a pá de cal nos infelizes que vivem à espera dum Godot:

- “Não importa que se ame errado: tampouco importa que a vida seja uma flora de equívocos. A simples esperança do amor eterno impede que o homem apodreça à nossa vista. E a mulher falhada, frustrada, morre esperando o amor que não veio.”

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