Por Thiago Rachid
O Governador Sergio Cabral vem
protagonizando um daqueles fenômenos difíceis de explicar em política. Ainda
que ele não seja o governador dos sonhos dos fluminenses, Cabral foi
seguramente um dos melhores (ou dos “menos piores”) que estiveram sentados na
cadeira de Governador do Rio, o que não é difícil quando se compete com
Garotinho, Rosinha, Moreira Franco, Chagas Freitas e Brizola, por exemplo.
Ainda que possamos desfiar um rosário
de críticas ao Governador, Cabral fez muito mais do que seus antecessores em
muitos aspectos (impulsionado por obras do PAC e dos grandes eventos) e teria
oportunidade de sair do Palácio Guanabara no final do ano que vem nos braços do
povo. Entretanto, parece que sairá de lá com uma das piores popularidades de
todos os tempos.
E o que esse fenômeno difícil de
explicar tem a ver diretamente com Nova Iguaçu? Bem, o Governador Cabral
dificilmente conseguirá fazer o seu sucessor, uma vez que seu escolhido já
seria difícil de catapultar até no melhor cenário possível.
Isso significa que inevitavelmente os
fluminenses elegerão o populista Lindbergh Farias, que será facilmente eleito,
haja vista que o outro populista, Anthony Garotinho, tem o empecilho de uma
razoável rejeição que não conseguirá vencer, enquanto o ex-prefeito de Nova
Iguaçu goza de uma inexplicável simpatia, incompatível com sua incompetência.
Lindbergh Farias, por sua vez,
representa outro fenômeno difícil de explicar, conforme tratamos aqui em outra
ocasião. Mesmo tendo sido um péssimo prefeito de Nova Iguaçu, foi reeleito com
votação estrondosa em 2008, teve mais dois anos de mandato ainda piores que os
quatro primeiros e ainda conseguiu uma vaga no Senado em 2010, mesmo deixando
um espólio caótico para seus sucessores.
Estamos a 15 meses do pleito de 2014 e
já podemos afirmar categoricamente: Lindbergh Farias, o tornado de destruição
que passou por Nova Iguaçu, se tornará o próximo Governador do Estado e o
futuro do Rio de Janeiro está em risco por conta disso.
A resposta para esses fenômenos
estranhos está em dois fatores: a falta de quadros políticos com credibilidade
e no fato de que o voto não é dado após alguma análise por parte do eleitor do
Rio de Janeiro, que é mais um consumidor de imagens bem trabalhadas pelos
publicitários e pelas circunstâncias do que um sujeito político consciente e
engajado.
***
No que se refere à Nova Iguaçu, a
vitória de Lindbergh Farias significará dias terríveis para a Cidade, uma vez
que na cadeira de Governador ele nos deixará a pão e água para não colocar
azeitona na empada de um adversário, o Prefeito Nelson Bornier que, por sua
vez, enfrentará em 2016 algum “poste” patrocinado por Lindbergh e turbinado
pela máquina do Estado.
Entretanto, todo o Estado do Rio
sofrerá com a incapacidade administrativa do ex-prefeito Lindbergh, já revelada
na sua passagem por Nova Iguaçu.
***
O Governador Sergio Cabral já estuda a
possibilidade de entregar os pontos pro PT e negociar o apoio do seu PMDB ao
petista Lindbergh Farias em troca da vaga de vice-governador na chapa petista,
o que sacramentaria de vez a eleição do cara-pintada ao Governo do Estado.
Diante deste quadro tenebroso nos
restam as seguintes saídas: o Aeroporto do Galeão, a Via Dutra, o Porto do Rio
de Janeiro ou a resignação com o caos.
Fonte: A Cidade de Nova Iguaçu/Correio da Lavoura
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