quinta-feira, 5 de setembro de 2013

FENÔMENOS ESTRANHOS

Por Thiago Rachid 

O Governador Sergio Cabral vem protagonizando um daqueles fenômenos difíceis de explicar em política. Ainda que ele não seja o governador dos sonhos dos fluminenses, Cabral foi seguramente um dos melhores (ou dos “menos piores”) que estiveram sentados na cadeira de Governador do Rio, o que não é difícil quando se compete com Garotinho, Rosinha, Moreira Franco, Chagas Freitas e Brizola, por exemplo.

Ainda que possamos desfiar um rosário de críticas ao Governador, Cabral fez muito mais do que seus antecessores em muitos aspectos (impulsionado por obras do PAC e dos grandes eventos) e teria oportunidade de sair do Palácio Guanabara no final do ano que vem nos braços do povo. Entretanto, parece que sairá de lá com uma das piores popularidades de todos os tempos.

E o que esse fenômeno difícil de explicar tem a ver diretamente com Nova Iguaçu? Bem, o Governador Cabral dificilmente conseguirá fazer o seu sucessor, uma vez que seu escolhido já seria difícil de catapultar até no melhor cenário possível.

Isso significa que inevitavelmente os fluminenses elegerão o populista Lindbergh Farias, que será facilmente eleito, haja vista que o outro populista, Anthony Garotinho, tem o empecilho de uma razoável rejeição que não conseguirá vencer, enquanto o ex-prefeito de Nova Iguaçu goza de uma inexplicável simpatia, incompatível com sua incompetência.

Lindbergh Farias, por sua vez, representa outro fenômeno difícil de explicar, conforme tratamos aqui em outra ocasião. Mesmo tendo sido um péssimo prefeito de Nova Iguaçu, foi reeleito com votação estrondosa em 2008, teve mais dois anos de mandato ainda piores que os quatro primeiros e ainda conseguiu uma vaga no Senado em 2010, mesmo deixando um espólio caótico para seus sucessores.

Estamos a 15 meses do pleito de 2014 e já podemos afirmar categoricamente: Lindbergh Farias, o tornado de destruição que passou por Nova Iguaçu, se tornará o próximo Governador do Estado e o futuro do Rio de Janeiro está em risco por conta disso.

A resposta para esses fenômenos estranhos está em dois fatores: a falta de quadros políticos com credibilidade e no fato de que o voto não é dado após alguma análise por parte do eleitor do Rio de Janeiro, que é mais um consumidor de imagens bem trabalhadas pelos publicitários e pelas circunstâncias do que um sujeito político consciente e engajado.
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No que se refere à Nova Iguaçu, a vitória de Lindbergh Farias significará dias terríveis para a Cidade, uma vez que na cadeira de Governador ele nos deixará a pão e água para não colocar azeitona na empada de um adversário, o Prefeito Nelson Bornier que, por sua vez, enfrentará em 2016 algum “poste” patrocinado por Lindbergh e turbinado pela máquina do Estado.

Entretanto, todo o Estado do Rio sofrerá com a incapacidade administrativa do ex-prefeito Lindbergh, já revelada na sua passagem por Nova Iguaçu.
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O Governador Sergio Cabral já estuda a possibilidade de entregar os pontos pro PT e negociar o apoio do seu PMDB ao petista Lindbergh Farias em troca da vaga de vice-governador na chapa petista, o que sacramentaria de vez a eleição do cara-pintada ao Governo do Estado.


Diante deste quadro tenebroso nos restam as seguintes saídas: o Aeroporto do Galeão, a Via Dutra, o Porto do Rio de Janeiro ou a resignação com o caos.

Fonte: A Cidade de Nova Iguaçu/Correio da Lavoura

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