Carlos Gilberto Triel
No tempo em que a “educação, moral e
cívica” era considerada um artifício imoral da ditadura militar por não ter cunho
acadêmico, Roberto Marinho e a Globo já eram estigmatizados como ícones do
imperialismo ianque.
A relação amistosa
com os militares nunca foi compreendida e, o "Doutor" entendia que encontrara a estratégica viável para preservar suas empresas e, blindar seus empregados comunistas.
Estive com o Roberto
Marinho em diversas ocasiões, a primeira vez em 1977 na Sociedade Hípica quando
patrocinou a reforma do gramado ao lado das baias e, anos mais tarde em sua casa
do Cosme Velho e na fazenda de São Pedro D’Aldeia.
Certa feita, talvez,
por achar alguns traços comuns perguntou-me se não era parente do Leopoldo
Collor, um dos seus diretores da TV Globo de São Paulo e, cujo irmão veio a ser
anos depois o que todo o Brasil sabe.
No início de 1981 ousei
invadir sua praia e, revelei aquilo que o professor Jadir Ferreira do IBATE guardara
as 7 chaves, de que o crescimento de Leonel Brizola era real e que seria o próximo
governador do Rio.
O Doutor riu como a
dizer: “Só me faltava essa”. E pondo a mão no meu ombro, com uma diplomacia que
muito me constrangeu, falou com a voz suave, mas firme: “Vamos ver a graminha
que você plantou, tomara que esteja verde!”
Anos mais tarde,
quando a firma que fizera o polêmico Jardim da Casa da Dinda comprou conosco as
gramas para a Mansão do Cosme Velho, voltei a encontrá-lo e recebido com a
habitual cordialidade, dessa vez me deixou falar de política... E ouviu.
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