Por Alex Sandro Aragão Santos
A frase que dá título a esta coluna, atribuída ao líder norte americano Martin Luther King, é perfeita para descrever o comportamento de grande parte de nós, eleitores do Estado do Rio de Janeiro. E eu vou provar isto com números, que são fatos, e contra fatos não há argumentos.
O total de eleitores aptos a votar no
primeiro turno em nosso estado passou de 12 milhões de pessoas, mas
compareceram às urnas pouco mais de 9,6 milhões de eleitores.
A diferença, de quase 2,5 milhões de
eleitores, representa a quantidade de abstenções, mas não podemos afirmar que
todas estas pessoas não votaram porque não quiseram, afinal, muitos estão
encarcerados, internados em hospitais, cumprindo serviço militar obrigatório,
em viagem ou tiveram dificuldades de locomoção até os pontos de votação.
Por isso, vou aplicar o meu raciocínio
apenas àqueles que compareceram às seções eleitorais, mas preferiram votar nulo
ou em branco. A não ser em casos eventuais de erros na operação da urna
eletrônica, podemos concluir que quem votou em branco ou anulou o seu voto fez
isto porque considerou que NENHUM dos 2.038 candidatos a deputado estadual e
1.081 candidatos a deputado federal era bom o bastante para ter o seu voto. As
consequências, veremos a seguir.
Para deputado estadual, 1.151.755
eleitores anularam o seu voto, e 783.556 votaram em branco. Pois estes quase
dois milhões de votos seriam o bastante para eleger DEZESSETE deputados
estaduais, ou praticamente UM QUARTO das 70 cadeiras da ALERJ.
Seria ainda A MAIOR BANCADA do
parlamento estadual, superando a do PMDB, com quinze deputados.
Para deputado federal, foram 1.149.177
votos nulos e 929.016 votos em branco, e estes mais de dois milhões de
eleitores elegeriam até 13, ou quase UM TERÇO, de um total de 46 cadeiras.
Também seria, disparado, A MAIOR
BANCADA do Rio de Janeiro, superando os oito do PMDB.
E tem mais: estes 17 deputados
estaduais e 13 federais poderiam tirar dos parlamentos estadual e federal até
TRINTA parlamentares que aqueles que invalidaram o seu voto consideraram não
merecedores do seu apoio.
Se forem considerados válidos os votos
que não são nulos nem em branco, é justamente porque estes são os “inválidos”,
que por definição não valem para nada. Nem como protesto.
Afinal, que protesto é este que
prejudica o ”protestante” e beneficia o “protestado” ?
Deixo estas palavras para que os dois
milhões de eleitores que invalidaram os seus votos possam refletir, nos
próximos quatro anos, se fizeram a escolha correta, e que estas pessoas possam,
a cada novo escândalo político que surgir lembrar que poderiam ter feito à
diferença, mas preferiram se omitir.
Finalizando, deixo uma frase tão
pertinente quanto à do título: “quando os bons se omitem, os maus prevalecem”.Alex Sandro Aragão Santos é Consultor Legislativo, palestrante e servidor da Câmara Municipal de Nova Iguaçu.
Facebook: alex aragão
E-mail: aragaoalexsandro@gmail.com.
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