quarta-feira, 20 de março de 2013

DÉJÀ VU

Carlos Gilberto Triel

Dias desses o senador Lindbergh Farias esteve em Japeri por ocasião do lançamento de sua caravana ao interior do Estado. As páginas sociais como não poderiam deixar de ser, sobretudo, dos (a) correligionários (a), trouxeram as boas novas do encontro do ídolo com seus fãs.

Segundo o radialista Gabriel Barbosa, numa das reuniões que o então candidato Lindbergh teve com as lideranças políticas daqui, ao se lançar pela primeira vez candidato à prefeitura de Nova Iguaçu, uma cena ficou gravada para sempre na memória dos participantes.

Lá pela tantas, depois de muito falar, Lindbergh passou a palavra a um militante do PT, baixinho, bigode de Mercadante, com uma boina de revolucionário francês, o homenzinho engrossou a voz pra dá impressão de que estava ali pra ser independente, e perguntou:

"Senhor Lindbergh Farias, quem me garante que o Sr. não vai ser igual a todos que foram prefeitos aqui em Nova Iguaçu?"


Lindbergh respirou fundo, fez bonito na coreografia e no olhar um tanto quanto lacrimejante e, não hesitou; pegou com a mão direita a do filho e com a esquerda a mão da mulher, e com o mais cantado do sotaque nordestino, caprichou no folclórico jeitão de cabra arretado:


"Indoidô! Danosse, ô seu menino! Eu lá sou hômi de faltar com a verdade. Eu não vim aqui pra ser mais um não, tá aqui minha mulher e meu filho, as duas coisas que mais gosto nessa vida, que não me deixam mentir.

Tenho um projeto de vida e escolhi Nova Iguaçu para ser a outra coisa que mais gosto nessa vida. Quero ser o melhor prefeito dessa cidade para poder virar governador desse Estado. E não escondo que quero voar alto, não. Eu quero voar alto sim.

Ambiciono em ser presidente, por que não? E para poder voar até o Planalto meu voo precisa ser alto. E para tudo isso acontecer não pode falhar aqui, não, seu moço. Vou fazer dessa cidade um modelo de gestão para as próximas gerações. "

Naqueles dias que antecederam às eleições de 2004 para prefeito de Nova Iguaçu, o radialista Gabriel Barbosa que acabara de ouvir tudo aquilo e, ainda com a boca cheia dum carboidrato barato comprado na cantina do Comitê, chegou a engasgar de emoção pelo discurso do cabra.


Depois foi o que se viu e o que se sabe, e quase nove anos se passaram e muitos dos seus admiradores ainda não se convenceram de que o cenário é o mesmo, a emoção nem tanto, mas o candidato e os salgadinhos à venda são um tanto quanto indigestos.  

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