sexta-feira, 8 de março de 2013

"OSCARZINHO PARA GOVERNADOR"

Por Carlos Gilberto Triel

Há um bom tempo atrás, na bucólica Rio Santo de Minas, um amigo nosso, carioca, era chamado atenção pelo delegado local pelo fato de se encostar acintosamente nas mulheres enquanto pulava o baile de carnaval. O doutor, gente boa, por diversas vezes repetiu o mesmo recado: Manéra, amigo, manéra!


Qual o quê, o malandrão não dava à mínima e, o chefe da policia apenas sorria; aquele sorriso duma paciência que não existe mais. Lá pelas tantas, uma donzela juramentada não aguentando mais tantas mãos bobas do inconveniente pagou uma geral para o delegado: “Você não vai fazer nada, Horácio?”.

O delegado suspirou fundo, e tomou a atitude que até então relutava e, puxando o elemento pelo braço, o levou para fora das dependências do Clube com uma descompostura firme:“Você não volta mais para o baile, vá embora e não apareça mais aqui”.

É, mais o malandrão não se deu por satisfeito e apelou: “Qualé amizade, não fiz nada demais, estava apenas me divertindo. Se o senhor quiser referências da minha pessoa, é só perguntar pro Oscarzinho, eu sou amigão desse cara, e ele poderá dizer o quanto sou cabeça feita e cobra criada”.

O delegado arregalou os olhos, os instintos primitivos vieram à tona e mudou o jeito bonachão de ser, e de dente cerrados, com toda raiva: “Seu babacão, bastava pedir desculpas que o deixaria até retornar ao baile, mas não, você falou o nome da pessoa mais detestada aqui da cidade, o Oscarzinho, e só por isso, você está preso”.

Lembrei-me disso, em razão dos que estão a fazer proselitismo do que há de pior na politica brasileira e, mais propriamente os daqui da terrinha. Pessoas entusiastas, sem conhecimento de causa e do perigo, estão no Facebook a fazer apologia dos Oscarzinhos de validade vencida na lei, na ordem e na liberdade.

Democracia não é sair por aí de plaquinhas exaltando quem já deu provas de que não é serio com o erário publico. E assim como o delegado de Rio Santo dos anos 70, tudo tem o tempo e a tolerância; a desfaçatez em achar que o povo é otário fez com que muitos fossem execrados em praça pública, a história nos conta isso.

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