No primeiro momento em que Marília Gabriela tentou rebater Silas Malafaia por sua aparente homofobia, pensou-se que seria fácil demonizá-lo de vez perante o mundo gay, contudo, se esqueceu do detalhe relevante: pessoas inteligentes tendem a ter suas conjecturas respaldadas na melhor das eloquências.
O que difere alguns entrevistadores é a forma de inquirir o entrevistado, assim na base do conte-me tudo, não me esconda nada. Quem está condicionado a pensar sobre as verdades de sua tribo, e esse pastor vive o é dando que recebe 24 por dia, nunca admitirá que esteja sugando o seu semelhante.
Observe o jornalista Roberto D’Ávila, de estilo discreto, ponderado, as perguntas saem quase como um pedido para ajuda-lo na formatação, e deixa o entrevistado tão à vontade que, sem se dar conta, termina por falar mais do que devia, o que não aconteceu com Malafaia à Marilia Gabriela.
Quem não conhece pessoas, boas em apontar os erros dos outros, mas que dificilmente reconhecem suas falhas? O roteiro do absurdo do jeito Malafaia de ser, às falas e pregações de tão racionalizados e ordenados parecem que vieram naquele momento, tipo pão de padaria, fresquinho da boca do próprio Deus.
Quem em sã consciência, mesmo não gostando desse senhor, pode discordar dessa colocação: “Amanhã, caso dois homens decidam se beijar no pátio da minha igreja, teria que ficar calado, caso proibisse essa manifestação de amor explicito, estaria passível de receber um processo por discriminação ou intolerância sexual”
Marilia Gabriela achou que encontraria um Malafaia receoso do rótulo de milionário dado pela revista Forbes, pelo contrário, o pastor levou tudo para o milagre da fé e da teologia da prosperidade, e aproveitou para vender a ideia de que Deus é infinito em sua grandeza de multiplicar riquezas e bens de consumo.
A Europa e os EUA sabem agora depois da falência que seus modelos de riqueza são finitos. O ócio criativo desse pastor só vê o consumo, trauma dum passado à mingua. O futuro tem prazo de validade; não há matéria prima que sustente essa ganância pseudocrístão de pulinhos histéricos de mata o capeta, pega, esfola e leva com você.
Em Nova Iguaçu, o prefeito Nelson Bornier, antevendo o futuro convenceu o bispo diocesano a ceder parte das instalações do prédio pertencente à igreja católica a uma escola. Ou volta-se ao Deus da caridade de simples capela, ou a Teologia do Olho Grande desandará que igreja e catedrais virem escola, hospitais, asilos... Na marra.
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