sexta-feira, 22 de março de 2019

PREFEITO MALVADO LISBOETA

O prefeito de Nova Laranja, o Malvado Lisboeta saiu de casa, pisando leve, no sapatinho, olhando pros lados, desconfiado:

 - Tenho que tomar cuidado, se os vigilantes do Hospital da Tosse descobrirem onde moro, vão me encher o saco só porque não paguei a merreca de quatro meses de salário...

O assessor Almarilio chegou por trás tocou no seu ombro:
- Prefeito, vamos nessa...

Malvado Lisboeta levou o maior susto:
- Filho do Capeta com a Bruxa do 71, quer me matar, miserável?

Almarilio, sem graça:
- Desculpe, prefeito. Pensei que o senhor tinha me visto.

Malvado Lisboeta, impaciente:
- E desde quando tenho olho atrás?

Almarilio, se conteve pra não dizer onde, e mudou de assunto:
Prefeito, o vereador Carmelo Lageado disse que se a luz não voltar à sua rua, vai dedurar onde o senhor mora para os vigilantes.

Malvaldo Lisboeta, dando pulinhos, cuspindo de raiva:
- Chantagem não, isso não admito, se fizer isso mando
o deputado Luizinho Martinho rebocar o carro dele.

Almarílio, chegou bem perto e falou baixinho no ouvido do Malvado:
- Prefeito, o deputado Luizinho Martinho tá preso...

Malvado Lisboeta, um sorrisinho de vitória no canto da boca:
- Estava. Ele tomou posse ontem como deputado na ALEIJA.

Almarílio, ainda falando baixinho;
- Não viaja prefeito, ele tomou posse mas continua preso.

Malvado Lisboeta, nervoso, dando pulinhos, mãos abertas aos céus:
- Não pode! Não pode! Isso é praga do ex-governador Molequinho, em que mundo nós estamos! 

Dona Santinha, a secretaria chegou esbaforida, descabelada:
- Prefeito, prefeito, aquelas malas dos vigilantes do Hospital da Tosse foram pro viaduto novo do Barro Burrinho, ameaçam arrancar a grama pra comprar comida.

Malvado Lisboeta, sem parar de dar pulinhos, dando socos no ar:
- Aí é roubo, isso é roubo, não admito, sem a beleza da grama, como vou inaugurar o novo viaduto?

Almarílio, comprou a bronca do patrão:
- Prefeito liga pro deputado Mudinho do Pneu, ele pode pedir ajuda ao japonês da Federal e prender esses degenerados.

Malvado Lisboeta, sacudindo a cabeça negativamente, andando em círculos:
- Japonês! Cruz credo! Nem pensar, preciso achar outra saída, outra saída...ACHEI!

Dona Santinha, mãos postas, como dando graças a Deus:
- Oh Glória! O prefeito sempre dá um jeito de fazer bem feito...

Malvado Lisboeta, sorriso de orelha a orelha:
- Almarílio, corra até aqueles desnaturados, mas, antes passe no mercado e compre 3 caixas de refrigerante mendigão de 1 litro e meio, e leve pros vigilantes...

Almarílio, sem entender nada:
- Mas, refrigerante pra quê, prefeito?

Malvado Lisboeta, sorrisinho sarcástico:
- Caso eles resolvam comer a grama, pelo menos não será a seco e, quero vê se depois disso vão ter coragem de me chamar de malvadeza.  




Os personagens são criações livres do autor, qualquer semelhança com casos, pessoas, etc, são meras coincidências.

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