segunda-feira, 6 de outubro de 2014

"O RIO: O RISCO DE O ESTADO SER CAPTURADO POR UMA ESTRUTURA QUE MISTURA RELIGIÃO, POLÍTICA E NEGÓCIOS."

Por Reinaldo Azevedo

O Rio de Janeiro prova que a realidade pode ser ainda pior do que a expectativa e, como diria Camões em “Os Lusíadas”, que “o dano pode ser maior do que o perigo”.

Anthony Garotinho (PR), conforme o esperado, foi se desidratando ao longo da campanha, e a rejeição a seu pensamento e a seus métodos se encarregou de lhe dar o devido tamanho. 

Luiz Fernando Pezão (PMDB), atual governador, chega ao primeiro turno com 40,57% dos votos válidos. É mais do que lhe dava o Datafolha na reta final: 36%. Seu adversário será Marcelo Crivella (PRB), e o instituto previu que isso era possível: ele obteve 20,26% (o instituto lhe atribuía 22%). Garotinho, sim, ficou bem abaixo do que colheu a pesquisa: 19,73% contra 25%.

Pois é… Qual é o busílis? Esse Datafolha que errou e acertou afirmou, no sábado, que, num eventual segundo turno entre Pezão e Crivella, o candidato do PMDB marcaria 51% contra 49% do adversário — um empate técnico. 

Crivella tinha dois minutos no horário eleitoral contra quase 12 minutos de Pezão. Boa parte do eleitorado de Garotinho, como é presumível, tende, sim, a se deslocar para as hostes do sobrinho de Edir Macedo, o dono da Igreja Universal do Reino de Deus.

Todo cuidado é pouco! O Rio pode ser o primeiro estado a ser capturado por uma estrutura que mistura política, religião e negócios — fusão que a democracia deve repudiar.

Por favor, povo fluminense! Já houve senso de humor o bastante em fazer de Romário — e sua penca de processos — um senador da República. 

Reitero o meu convite para que, ao menos, ele passe a deixar em paz seus vizinhos, não é? Afinal, é agora um Varão de Plutarco da República!



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