Por Roberto Moraes
Depois das manifestações de junho
passado os prognósticos são mais difíceis de serem feitos. Porém, há que se
arriscar analisar o cenário, hoje com Pezão, Lindberg, Garotinho, Crivella,
Cesar Maia e Miro Teixeira.
Alguns arriscam que Miro e Crivela podem não vir e
outros acham que o Bernardinho, que se filiou recentemente ao ninho tucano,
poderia se aventurar, mesmo com o partido sendo pouco estruturado no estado.
Considerando inicialmente o quadro dos
seis listados, há contudo, que saber como será a movimentação de novas
filiações e trocas de partido, nestes próximos 32 dias, até o prazo máximo de 5
de outubro.
Ficando numa análise deste seis há alguns pontos a serem observados. Nas
últimas pesquisas, nenhum deles tem tido mais de 20% das intenções de voto. Não
é difícil prever hoje que a metade, os três primeiros da lista, tendem a
ter a maior intenção de votos.
O senador Crivella, atualmente ministro da Pesca, se sustentar a sua
candidatura tende, com seu eleitorado mais ou menos cativo, ficar perto deste
percentual.
Hoje, o mais provável é que sustente sua candidatura. Quem menos
tem interesse na sua candidatura é o ex-governador Garotinho.
Para Lindberg é mais um trunfo para reafirmar ao partido, no plano nacional,
que não deve ser retirado da eleição, em função da disputa presidencial.
Conformando-se este quadro, a presidenta candidata à reeleição pode vir a ter
até quatro dos seis principais candidatos em seu palanque, o que é um cenário,
que fora as confusões e pressões que toda a campanha política traz, algo quase
inacreditável.
Diante dele, ela dificilmente mexerá neste vespeiro que lhe
parece interessante, a não ser que ele se altere por outras injunções.
A confirmação de candidaturas fortes aponta para a possibilidade de pequena
diferença e uma disputa pesada para a garantir um pequeno quinhão de votos a
mais que possa levar o candidato ao segundo turno.
Hoje, mantido o cenário a tendência seria de uma disputa entre Lindberg e
Garotinho. O quadro pode mudar, seja por problemas de registro de candidatura
do Lindberg, seja por pressão do partido, de acordo com o quadro eleitoral
nacional.
O candidato da máquina estadual, Pezão tentará se beneficiar de uma cada vez
mais provável assunção antecipada à frente do governo (e da máquina) com uma
antecipada renúncia de Cabral. O esforço é para fazê-lo conhecido e desejado,
mesmo tendo sido vice por sete anos do desgastadíssimo Cabral.
A escolha por um técnico tocador de projetos tende a funcionar com o apoio do
detentor do mandato, mas muto bem avaliado, assim mesmo com dificuldades. O
caso Dilma é exceção e não a regra, além do mais, Cabral está muito distante de
Lula.
Difícil imaginar Cesar Maia, um político da capital, assim como o deputado Miro
Teixeira, com ambos mantendo seus nomes na disputa conseguir algo acima de 5%
das intenções de votos, num pleito com tantos candidatos.
Desta forma, resta analisar Garotinho. É inegável sua disposição para a disputa
eleitoral, especialmente, esta para o governo estadual, cargo que embala seus
sonhos que já foram maiores. Em termos de disposição e relação com o eleitorado
nas ruas, ele só se compara às habilidades e empatia já conhecida do Lindberg.
O ex-governador tem votos sedimentados em percentuais que se aproxima do que
deve ser exigido para um candidato ir ao segundo turno, na eleição de 2014,
para o governo do estado no atual quadro de pré-candidatos.
Porém, ao mesmo
tempo, Garotinho tem uma rejeição estabilizada que é campeã entre os candidatos
e que fica num patamar de aproximadamente 50% acima de suas intenções de voto.
De toda a sorte, o maior problema para o ex-governador, o único ex na disputa
para voltar ao cargo que já ocupou (e que foi sucedido pela sua esposa
atual prefeita de Campos), é que ele tende a ser o que tem mais dificuldades em
buscar apoios numa eventual ida ao segundo turno. Isto se dá pelo índice de
rejeição e mais ainda, pela forma truculenta com que trata todos os seus
contendores.
Sabe-se que a eleição em dois turnos exige estratégias que vai para além da
conquista primeira do eleitor. Para superar este problema a campanha desde já
do ex-governador deveria ser para reduzir sua enorme rejeição, sem o qual
ajudará alguém a chegar ao Palácio Guanabara, mas, dificilmente conseguirá ser
o próprio.
Observando as últimas movimentações do deputado, que continua atirando em tudo
e todos, como é sua prática, nada indica que esteja trilhando este caminho.
Desta forma, pode acabar sendo o adversário desejado no segundo turno por
qualquer que venha ser seu oponente.
Garotinho sabe de cor e salteado toda esta realidade, mas, acredita que seja
possível reverter este quadro. Tem esperanças em acordo com Eduardo Campos para
ampliar seus espaços, mas as resistências do PSB estadual são grandes. (Aliás,
esta movimentação dos candidatos a presidente buscando apoios e votos no
estado, tirando gente da base de Dilma, pode mexer um pouco com o cenário
depois de outubro)
Ao contrário de 2010, o ex-governador não dá pinta de que poderá na última hora
refugar da disputa como fez na época. As movimentações que vem fazendo na
gestão da esposa em Campos, assim como os acordos nos municípios e na montagem
das nominatas para a Alerj e Câmara é de quem vai para a disputa, mas, um plano
alternativo não pode ser descartado e o Senado ainda poderia ser uma novidade.
Enfim, o quadro parece confuso, mas, nem tanto assim, embora em política
eleitoral, treze meses seja um tempo ainda longo demais, para arriscar
prognósticos. Ainda assim, aí estão os nossos palpites. A conferir!
Fonte
Blog do Roberto Moraes