quinta-feira, 13 de junho de 2013

"ALÉM DAS APARÊNCIAS"

Carlos Gilberto Triel

Já contei sobre John Brad, um americano vermelho e gordo, do setor têxtil, que diante da estagnação das vendas de tecidos, contratou um costureiro famoso, o Clóvis Fausto, para ir ao exterior em busca de novas tendências da moda.

E o Clovis passou todo o tempo de sua viagem em cabarés, guetos e pubs, como um “idiota útil” que nem sabia ao certo o que viera fazer na Europa. Ao retornar, assim que desceu do avião, e diante da mídia especializada foi orientado por Brad...

Para dizer que a moda agora é roupa larga, bem larga. Então, os seus colegas em todo o país redesenharam a camisa, a calça e até a calcinha. O que se fazia com 1, passou a 2 metros de pano. As confecções dobraram seus pedidos.

John Brad, o gênio recebeu as homenagens dos seus pares. Na festa de comemoração nos Jardins em São Paulo, trajado em seu eterno jeans surrado, suado e sujo, ouviu dum rapaz bem vestido em roupas largas:
- Cafona esse Brad, onde se viu usar roupa tão apertada!

O artigo “Morri pra Jesus me Salvar” cita a jornalista Bernadete Travassos, pela singela sugestão corporativa de que o ideal seria contratar colegas de profissão para gerir páginas dos vereadores de Nova Iguaçu no Facebook.

Assim como o rapaz bem vestido, que acredita que o mundo é o que se vê e o que se move sem lhe rastrear a intenção além das aparências, esse pensamento um tanto cartesiano faz enxergar o trabalho e o dinheiro. A forma e a fonte pouco importam.

Paciência, quem sabe um dia possa entender nas entrelinhas de texto, que a relação patrão empregado entre certos políticos e jornalistas não difere muito da subserviência constrangedora de trabalhar para o embuste de bispos e assemelhados.

Peço-lhe desculpas por ousar citar o seu nome Dona Bernadete, afinal o foco não era a senhora, e sim esse “formador de opinião”, duro que nem um coco, que por sobrevivência se deixa levar por ditaduras, grupos econômicos e religião.

E que “quando analisam qualquer assunto com base nos valores que lhes são de sua subsistência, não só fazem proselitismo daquilo que mais odeia”, como sabem muito bem o que fazer com esse manual de ser Curador e Cuidador da Informação.

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