Não é preciso muito para perceber a
impaciência do cidadão quando os poderes públicos cerceiam sua liberdade de ir
e vir.
Tão simples e natural, que a maioria
dos prefeitos, secretários e assessores não dão a devida atenção, talvez por se
acharem soberanos, sabe, aquela coisa do faço e aconteço.
No governo da prefeita Sheila Gama
alguns pretensos lideres comunitários, políticos e religiosos solicitavam para
suas festas, reuniões ou mesmo cultos ao ar livre, à interdição de ruas a
pretexto de que aquilo era fundamental para a realização dos seus eventos.
Sem discutir o mérito, o burocrata
pegava seu dourado carimbo de Diretor de Trânsito e tascava “APROVADO” no
requerimento.
Então, de salvo conduto pra começar lá
pelas 8 da noite, logo assim que clareava o dia, o festeiro ou abençoado miliciano
já interditava a rua principal do bairro na marra e, coitado de quem ousasse
reclamar.
OS INCOMODADOS QUE MUDEM DE LUGAR
E os moradores que nada tinham a ver com aquilo obrigados a se curvar diante de tamanha prepotência ficavam de bico calado, impotentes diante da afronta, e com medo de represália, alguns mudavam do bairro.
Essa raiva silenciosa contra esse poder
localizado que impede o sujeito de transitar na própria rua acaba se estendendo
para o descontentamento com toda a administração municipal.
Não foi a toa que candidatos que usaram
desse expediente, sobretudo, os religiosos, se danaram nas últimas eleições.
Com Bornier não é diferente, qualquer
caboclo que se diga líder de uma ou outra comunidade, em comum acordo com o
vereador da região, faz o que quer do espaço público e dos seus acessos da maneira
que lhe convém.
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