Carlos Gilberto Triel
O sempre atuante Jayme Lima que não
perdia uma matinê aos domingos, vai se lembrar de que nos anos 60 os cineastas
italianos perceberam que faltava um punhado a mais de tiros e orquestras nos
filmes de faroestes produzidos por Hollywood.
Então, diretores como Sérgio Leone e maestros
como Ennio Morricone caíram para dentro
das pradarias da Almeria, na Espanha, e
com rolos de filmes, cornetas, metais e, balançaram a trilha sonora dos bons,
feios e maus.
Não havia limites para promover os
westerns espaguetes com seus títulos apelativos e, sem compromissos com a lógica
e o bom senso, mas foi com essa receita que a indústria produziu numa década,
meio século de Tom Mix a John Waine.
Django, Ringo, Sabata & Cia os novos
mocinhos que liquidavam no atacado 10, 15, 20 bandidos sem recarregar uma só
vez o colt 45...
E no Brasil a morte foi ficando cada
vez mais banalizada e a assimilação da barbárie foi rápida e avançou pelos
tempos até chegar aos discursos sociológicos no Facebook, em que muitos falam,
falam, mas na hora do pega pra capar põem galho dentro.
Ontem, sexta-feira, no Intercontinental de
Nova Iguaçu, fregueses ao som duma esquizofrênica musiquinha de natal passavam
indiferentes ao corpo dum operário que aguardava a chegada do doutor legista, morreu
na contramão atrapalhando as compras.
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