terça-feira, 17 de dezembro de 2013

BORNIER E OS BISPOS DE DEUS

Carlos Gilberto Triel

No século 16, se não foi Edir Macedo no mínimo era um Waldomiro Santiago que esteve encarnado na pele do Papa Leão X, tamanha a criatividade para tomar o dinheiro das pessoas e ao mesmo tempo deixá-las felizes.

Sua Santidade queria construir a basílica de São Pedro e vendia uma espécie de passaporte nominado de indulgência oficial da igreja para o caboclo ir direto ao céu sem precisar passar pelo purgatório.

A multidão se organizou em filas que se estendia além das cercanias do Vaticano, o sucesso foi tanto que por pouco, mas muito pouco, não cassaram a máxima, de que Jesus é o caminho e a verdade para se chegar a luz, ou mesmo ao paraíso.

E custa a se acreditar que ainda nos dias de hoje, não trocaram o amor e caridade deficitária do Cristo pela obediência dum Abraão, que só não decapitou o filho Isaque, a mando de Deus porque um anjo chegou na hora H e disse que era brincadeirinha.

Não quero dizer que estão a estigmatizar a figura dócil do Nazareno por alguém identificado em vitórias assim como Gideão, mas cá pra nós, o custo operacional dos shows da fé é caro, e não é nada pessoal com Jesus, à questão é financeira, só isso.

É inegável o talento dessa turma para captação de recursos, uma pena que religiosos de tanta criatividade se limite apenas a louvação contemplativa e não se junte a governos para resolver os probleminhas que para eles seriam tirados de letra.

Como agora no caso de Nova Iguaçu, em que o prefeito, coitado, como uma barata tonta sai a rodar os gabinetes do Estado e de Brasília atrás de recursos às vitímas das enchentes, quando poderia ter ao seu lado as maiores feras em termos de dinâmica de gestão financeira.

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