O jornalista Luis Nassif escreveu um texto em defesa do casal Garotinho, mais, propriamente sobre o ex-governador do Rio, poucos são aqueles que se digam a sair em sua defesa e, expõe os motivos pelos quais a grande mídia e setores da sociedade se calam perante o quadro atual:
-"Pouco
sei da carreira política do casal Garotinho. Cada vez que escrevo sobre eles,
amigos correm para sugerir cautela. Mas a perseguição que lhes é movida pelo
sistema do Rio de Janeiro – Tribunal de Justiça, procuradores e Globo –, sob
silêncio geral, é um massacre.
Garotinho
é um político local que tentou um voo mais alto. Não conseguiu se transformar
em um líder nacional, capaz de montar alianças com os sistemas de poder –
Judiciário, Congresso, mídia -, mas ficou grande demais para se abrigar nas
asas de algum padrinho político, em partidos ou nos tribunais superiores.
Não
tem vinculação nem com esquerda, nem com direita, nem com intelectuais, nem com
juristas. Não tem aliados nos partidos maiores, menos ainda na mídia.
Mesmo
assim, é politicamente atrevido nos desafios que faz e fez. Já desafiou o
Tribunal de Justiça do Rio, a Globo.
Com
esse atrevimento – e essas vulnerabilidades - tornou-se um prato para esse
pessoal. Podem aprontar o que quiser com seus direitos que não haverá gritos de
revolta, manifestações dos órgãos de defesa dos direitos humanos, clamor dos
juristas mais conhecidos ou a defesa do Gilmar Mendes. Não haverá manifestações
internas, menos ainda as internacionais.
Leio,
agora, que o bravo TJ-RJ tirou os direitos políticos de Rosinha Garotinho por 2
a 5 anos, pela acusação de ter usado recursos públicos para um anúncio no qual
respondia a ataques a uma política que implementou em Campos. Seu advogado diz
que é armação.
A
prisão do casal Garotinho, a humilhação a que foram expostos por procuradores –
que permitiram cenas da prisão no Fantástico -, a perseguição implacável da
mídia, cobrando até a submissão de Rosinha às faxinas do presídio, mostram o
Rio de Janeiro definitivamente como uma terra de ninguém.
É
covardia dos eminentes magistrados, é covardia da Globo, é covardia de todos os
que se calam, porque as vítimas não se enquadram em nenhum dos escaninhos do
poder ou da oposição.
Defender
Garotinho não enriquece currículos.
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