No
presente estado de coisas, a primeira obrigação intelectual do brasileiro é ter
uma opinião sobre todas as coisas existentes, inexistentes e por existir.
A
segunda é conservá-la intacta por toda a vida.
A terceira é tomar o máximo
cuidado para que qualquer palavra que diga sobre uma coisa não pareça, nem em
sonhos, contradizer algo que anos antes ele disse sobre outra coisa ou
(catástrofe!) sobre a mesma coisa.
A
quarta é ler tudo como se fosse um tratado de química ou de geometria, com
conceitos estabelecidos e significados estáveis.
A quinta e mais decisiva -- consequência
das outras quatro -- é nunca entender porra nenhuma de nada.
Olavo de Carvalho
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