terça-feira, 24 de junho de 2014

COMO INTERPRETO UMA PESQUISA ELEITORAL

Por Alex Sandro Aragão Santos

Em primeiro lugar, tenho sempre em mente que uma pesquisa é um registro estático de um momento, como uma fotografia, por exemplo.

Afinal, quando vemos uma pessoa sorridente em uma foto, não podemos concluir que, no momento em que vemos a imagem, aquela pessoa continua feliz como no instante em que seu sorriso foi registrado.

Assim, tomando como exemplo a última pesquisa do IBOPE para governador do Rio de Janeiro, divulgada no dia 18 de junho e realizada entre os dias 7 e 11 de junho, tenho que considerar que ela pode ter sido influenciada por acontecimentos ocorridos naquelas datas, como por exemplo a expectativa pela estreia do Brasil na Copa do Mundo, em que pouco se falou de outras coisas.

Normalmente, quando as pesquisas são realizadas logo depois de uma enchente, por exemplo, a tendência é que os atuais governantes tenham as suas intenções de voto diminuídas, assim como as terão aumentadas se for feita uma pesquisa em um local que alguns dias antes teve uma cerimônia de entrega de ruas asfaltadas.

Um truque muito utilizado por quem quer inflar seu índice nas pesquisas é fazer caminhadas em vários bairros e poucos dias depois encomendar uma pesquisa justamente nestes bairros onde andou.

Mesmo que a metodologia da pesquisa seja correta, os resultados certamente serão contaminados pelo “oba-oba” das caminhadas.

Por isto considero que o percentual de intenções de voto reflete mais fielmente a realidade quando as pesquisas são realizadas durante o período eleitoral, e o índice de rejeição é mais útil no período pré-eleitoral como o atual.

Afinal, é relativamente comum um eleitor mudar sua intenção de voto até a eleição, mas dificilmente o mesmo eleitor deixará de rejeitar o candidato para o qual ele já firmou esta convicção.

É fato que partindo do índice de rejeição de um candidato podemos chegar ao percentual máximo que ele pode alcançar nas intenções de voto (afinal, quem é rejeitado por 40% do eleitorado pode chegar a, no máximo, 60% dos votos, mesmo se não tiver adversários).

Também é fato que quem tem maior potencial de crescimento em intenções de voto são os candidatos com menor rejeição nas pesquisas.


Agora, se este potencial de crescimento se confirmará, dependerá da eficiência do candidato e de sua equipe no período eleitoral.



Alex Sandro Aragão Santos é Consultor Legislativo, palestrante e servidor da Câmara Municipal de Nova Iguaçu.
Facebook: alex aragão
E-mail: aragaoalexsandro@gmail.com.

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