Por Luciana Portinho
Mais do que com governo (governos) tem
me preocupado os brasileiros. Estes, sim, me assustaram nos últimos meses.
A sociedade brasileira aceitou ser jogada
em um embate de interesses políticos/econômico, quase sempre turvo.
Aliás, há alguns anos, a agenda
política nacional foi toda contaminada, por uma eleição presidencial que estava
por vir, veio e passou.
Só não passou, e isto é o que me
espantou, foi a baixaria do debate que tomou conta das redes sociais e mídias.
Discursos histéricos anacrônicos se
tornaram, ou melhor, tomaram assento nas páginas principais dos principais
noticiários da grande mídia.
Experientes jornalistas abriram mão de
suas funções de reportar e refletir. Optaram, pura e simplesmente, em fazer
carga.
Assistir a um telejornal, por exemplo,
é se dispor a ouvir, o mesmo ponto de vista dito por profissionais diferentes.
Mudam os nomes, o gênero, os enfoques, mas, a retórica é uma só: pau na
presidente.
Nas redes sociais o buraco é ainda mais
fundo. Aí, já sem a pretensa seriedade, é xingamento nu e cru, não sobra pedra
sobre pedra.
Os parâmetros da convivência
democrática estão esgaçados.
Até parece que inexistem instituições no Brasil.
Descontruir é o exercício individual da moda, esquecendo-se de que descer
ladeira é mais fácil do que subir.
Difícil mesmo é o processo de
construção; leva tempo, demanda esforço intelectual, exige planejamento, requer
paciência, sensibilidade e negociação que em última instância é a matéria prima
da política.
Caiu a máscara.