Por Alex Sandro Aragão Santos
Em primeiro lugar, tenho sempre em mente que uma pesquisa é um registro estático de um momento, como uma fotografia, por exemplo.
Afinal, quando vemos uma pessoa
sorridente em uma foto, não podemos concluir que, no momento em que vemos a
imagem, aquela pessoa continua feliz como no instante em que seu sorriso foi
registrado.
Assim, tomando como exemplo a última
pesquisa do IBOPE para governador do Rio de Janeiro, divulgada no dia 18 de junho
e realizada entre os dias 7 e 11 de junho, tenho que considerar que ela pode
ter sido influenciada por acontecimentos ocorridos naquelas datas, como por
exemplo a expectativa pela estreia do Brasil na Copa do Mundo, em que pouco se
falou de outras coisas.
Normalmente, quando as pesquisas são
realizadas logo depois de uma enchente, por exemplo, a tendência é que os
atuais governantes tenham as suas intenções de voto diminuídas, assim como as
terão aumentadas se for feita uma pesquisa em um local que alguns dias antes
teve uma cerimônia de entrega de ruas asfaltadas.
Um truque muito utilizado por quem quer
inflar seu índice nas pesquisas é fazer caminhadas em vários bairros e poucos
dias depois encomendar uma pesquisa justamente nestes bairros onde andou.
Mesmo que a metodologia da pesquisa
seja correta, os resultados certamente serão contaminados pelo “oba-oba” das
caminhadas.
Por isto considero que o percentual de
intenções de voto reflete mais fielmente a realidade quando as pesquisas são
realizadas durante o período eleitoral, e o índice de rejeição é mais útil no
período pré-eleitoral como o atual.
Afinal, é relativamente comum um
eleitor mudar sua intenção de voto até a eleição, mas dificilmente o mesmo
eleitor deixará de rejeitar o candidato para o qual ele já firmou esta
convicção.
É fato que partindo do índice de
rejeição de um candidato podemos chegar ao percentual máximo que ele pode
alcançar nas intenções de voto (afinal, quem é rejeitado por 40% do eleitorado
pode chegar a, no máximo, 60% dos votos, mesmo se não tiver adversários).
Também é fato que quem tem maior
potencial de crescimento em intenções de voto são os candidatos com menor
rejeição nas pesquisas.
Agora, se este potencial de crescimento
se confirmará, dependerá da eficiência do candidato e de sua equipe no período
eleitoral.
Alex Sandro Aragão Santos é Consultor Legislativo, palestrante e servidor da
Câmara Municipal de Nova Iguaçu.
Facebook: alex aragão
E-mail: aragaoalexsandro@gmail.com.
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