Por Olavo de Carvalho
É natural no ser humano o
desejo de sentir que é bom, que maus são os outros.
A maneira mais óbvia de
obter esse efeito hoje em dia é aderir, da boca para fora ou sinceramente,
a grandes ideais humanitários, desempenhar o papel de amigo da espécie humana.
Esses ideais vêm prontos da
ONU, da mídia, dos partidos políticos, dos intelectuais ativistas. É só
grudá-los na lapela e sentir-se bom.
Acontece que, EM CEM POR
CENTO DOS CASOS, aderir a um ideal sem tê-lo examinado criticamente e comparado
honestamente com outros ideais possíveis, sobretudo sem ter avaliado, no
confronto com a História dos milênios.
Os possíveis efeitos concretos da sua
realização, é sobrepor um símbolo convencional da bondade à bondade genuína,
que requer prioritariamente o amor à verdade.
É aderir a alguma mentira
fácil e reconfortante para não ter de arcar com as responsabilidades da
inteligência humana.
O homem que segue docilmente
a bondade verdadeira tem horror de paramentar-se com a bondade real ou aparente
dos seus ideais e nunca se mede por eles, mas pela realidade da sua vida
interior, pela consciência de quanto é difícil acertar e fazer o bem, mesmo em
pequenas coisas.
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