sábado, 11 de janeiro de 2014

SARNEY, FUTURO QUE REPETE O PASSADO



                     
Por Alexandre Bastos

Há 48 anos, ao ser empossado governador do Maranhão, José Sarney era idolatrada por uma multidão e prometia uma revolução.  

A solenidade, marcada pelo início do domínio político da família no estado e pela denúncia de problemas existentes até hoje, foi documentada pelo cineasta Glauber Rocha.

Em pouco mais de dez minutos, enquanto Sarney fala, imagens dos problemas sociais do Maranhão são exibidos. Glauber filmou a posse a convite de Sarney.

“Maranhão 66”, lançado à época em sessão especial no Cinema Paissandu, no Rio, mostrou hospitais sem condição de atendimento, trabalho infantil e presos em situação precária.

E Sarney prometeu mudanças. “O Maranhão não suportava mais nem queria o contraste de suas terras férteis, de seus vales úmidos, seus babaçuais ondulantes e suas fabulosas riquezas potenciais, com a miséria, com a angústia, com a fome, com o desespero”, diz Sarney.

No início do filme, Sarney é saudado: “Sarney, Sarney!”, gritam milhares de pessoas.

Enquanto a câmera passeia por um hospital em péssimas condições, ouve-se a voz do novo governante: “O Maranhão não quer a miséria, a fome, o analfabetismo, as mais altas taxas de mortalidade infantil, de tuberculose, de malária”.

A crítica à violência, hoje realidade no estado, também não ficou de fora. 

“O Maranhão não quer a violência como instrumento da política para banir direito dos mais sagrados que são os da pessoa humana, com a impunidade dos assassinos garantidos pelos delegados e a realidade reduzida apenas a uma oportunidade para abastardar os homens”, disse Sarney, em 1966.

Hoje, em 2014, Roseana Sarney, filha de José Sarney, continua fazendo as mesmas promessas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário