sexta-feira, 15 de novembro de 2013

AH, ESSAS CÂMARAS DE VEREADORES !

Macaé: mochila “esquecida” ainda gera dúvida 

Do Expresso Online:


Façamos um exercício de imaginação: você é um próspero empresário, proprietário de uma casa de câmbio. Após um dia de grande movimento em sua loja, trocando dólares a balde, você enche a sua mochila com R$ 70 mil. 

Mas, antes de ir ao banco, você, um homem ou uma mulher com o sentimento cívico inabalável, resolve correr todos os riscos de ser assaltado, sequestrado a até morto por criminosos para ir assistir a uma sessão da Câmara de Macaé. E pior: você ainda esquece sua mochila cheia de dinheiro. 

Um pequeno descuido. Afinal, o que são R$ 70 mil perto de sua obrigação de ir à Câmara cumprir seu papel de cidadão? Parece absurdo. Mas esta história realmente aconteceu. Ou pelo menos é o que querem que as pessoas acreditem.

O caso dos R$ 70 mil é apenas mais um comprovando que realmente há coisas que só acontecem na milionária Câmara Municipal de Macaé. Na última semana, o “esquecimento” da mochila de dinheiro causou a maior discussão nas redes sociais. 

O caso veio à tona quando o vereador Julinho do Aeroporto (PPL) foi à Tribuna da Câmara homenagear dois seguranças da Casa que haviam encontrado a mochila e, num ato de raro altruísmo, devolvido a mochila ao seu verdadeiro proprietário. Julinho, inclusive sugeriu uma moção de aplausos aos honestos seguranças.

No entanto, mesmo com as declarações do vereador, um mistério ainda persistia: de quem, afinal, era o dinheiro? No mesmo dia em que a questão foi levantada no Facebook, no entanto, o jornalista Daniel Galvão divulgou uma nota informando que o “mistério” havia sido revelado: o dono da mochila era, na verdade o dono da casa de câmbio que teria comparecido a uma sessão solene. 

De acordo com a nota, na mochila não havia R$ 70 mil. Não somente. Além do montante ainda havia 30 mil dólares (aproximadamente R$ 69 mil), cartões de crédito e talões de cheque. O nome do empresário teria sido mantido em segredo por “questões de segurança”.

A resposta divulgada, no entanto, ao invés de esclarecer o fato acabou gerando outras questões. Por exemplo: o que um empresário estaria fazendo na Câmara com tanto dinheiro na mochila? Afinal, não se trata de alguns trocados: são mais de R$ 139 mil reais. 

]O dinheiro encontrado teria qual origem? Algum órgão judiciário vai investigar a origem da grana? Afinal, o Brasil está repleto de casos em que pessoas foram presas por não poderem justificar o dinheiro que transportavam. Não que este seja o caso.

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