Macaé: mochila “esquecida” ainda gera
dúvida
Do Expresso Online:
Façamos um exercício de imaginação:
você é um próspero empresário, proprietário de uma casa de câmbio. Após um dia
de grande movimento em sua loja, trocando dólares a balde, você enche a sua
mochila com R$ 70 mil.
Mas, antes de ir ao banco, você, um homem ou uma mulher
com o sentimento cívico inabalável, resolve correr todos os riscos de ser
assaltado, sequestrado a até morto por criminosos para ir assistir a uma sessão
da Câmara de Macaé. E pior: você ainda esquece sua mochila cheia de dinheiro.
Um pequeno descuido. Afinal, o que são R$ 70 mil perto de sua obrigação de ir à
Câmara cumprir seu papel de cidadão? Parece absurdo. Mas esta história
realmente aconteceu. Ou pelo menos é o que querem que as pessoas acreditem.
O caso dos R$ 70 mil é apenas mais um
comprovando que realmente há coisas que só acontecem na milionária Câmara
Municipal de Macaé. Na última semana, o “esquecimento” da mochila de dinheiro
causou a maior discussão nas redes sociais.
O caso veio à tona quando o
vereador Julinho do Aeroporto (PPL) foi à Tribuna da Câmara homenagear dois
seguranças da Casa que haviam encontrado a mochila e, num ato de raro
altruísmo, devolvido a mochila ao seu verdadeiro proprietário. Julinho,
inclusive sugeriu uma moção de aplausos aos honestos seguranças.
No entanto, mesmo com as declarações do
vereador, um mistério ainda persistia: de quem, afinal, era o dinheiro? No
mesmo dia em que a questão foi levantada no Facebook, no entanto, o jornalista
Daniel Galvão divulgou uma nota informando que o “mistério” havia sido
revelado: o dono da mochila era, na verdade o dono da casa de câmbio que teria
comparecido a uma sessão solene.
De acordo com a nota, na mochila não havia R$
70 mil. Não somente. Além do montante ainda havia 30 mil dólares
(aproximadamente R$ 69 mil), cartões de crédito e talões de cheque. O nome do
empresário teria sido mantido em segredo por “questões de segurança”.
A resposta divulgada, no entanto, ao
invés de esclarecer o fato acabou gerando outras questões. Por exemplo: o que
um empresário estaria fazendo na Câmara com tanto dinheiro na mochila? Afinal,
não se trata de alguns trocados: são mais de R$ 139 mil reais.
]O dinheiro
encontrado teria qual origem? Algum órgão judiciário vai investigar a origem da
grana? Afinal, o Brasil está repleto de casos em que pessoas foram presas por
não poderem justificar o dinheiro que transportavam. Não que este seja o caso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário