Já
contei aqui sobre esse filme, em que Peter Sellers vive o Sr.
Chance, um jardineiro nova-iorquino de 60 anos, analfabeto, sem documento e sem
laços sociais e, tudo que sabe das pessoas e do mundo aprendeu pela televisão.
Quando
seu patrão morre é despejado da casa onde nasceu e viveu. O destino lhe põe na
mansão de um empresário rico, muito doente e ainda politicamente poderoso.
O
anfitrião, no leito de morte, e a bela esposa (Shirley MacLaine) ficam
encantados com aquele homem de sinceridade desconcertante.
Em
determinado momento do enredo, o milionário recebe a visita de nada mais, nada
menos, do que o presidente dos Estados Unidos, que também acaba se
impressionando com o jardineiro.
A
partir daí, tudo o que Chance fala, e até mesmo quando se cala, é visto além
das formas de percepção e, cada ação isolada do jardineiro se apresenta à
consciência de cada um à sua volta como algo genial.
E
o homenzinho vai parar no programa de maior audiência da TV americana e, depois
fazer a mocinha (MacLaine) ter orgasmos telepáticos e, nos funerais do
milionário, o comentário geral era de que seria um bom nome para suceder o
presidente dos EUA.
Ora,
o jardineiro era um idiota, o médico do milionário quem descobriu isso, mas não
disse nada, deixou que a farsa encaixasse nas vidas das demais pessoas porque
entendia que até mesmo uma nação tem o que merece.
Mas,
ao contrário do jardineiro Chance, quando nos chega à idiotice mal educada
empunhando manual de instruções, se arvorando ora no coice, ora na arte de ter
uma opinião sobre tudo, percebe-se que elegância não é e nunca será sua praia...
Então, o melhor é deixar pessoas dessa tribo além das linhas da arrebentação.