Uma frase atribuída ao
ex-ministro do regime militar, Delfin Netto, que disse certa vez que a
falência purifica.
E não há como não se
lembrar de Dom Rossé Cavaca, um jornalista que viveu no Rio no século passado:
“Há milhares de notas
falsas em circulação, mas tão prestativas que conquistaram a confiança de
todos”.
E é por aí que o crime diversifica seus meandros e patrocina seus interesses na
política. O ex-presidente do Banco Mundial, Moisés Naim, diz em seu
livro-denúncia Ilícito – o ataque da pirataria, da lavagem de dinheiro e do
tráfico à economia global:
- “Em alguns países,
traficantes e seus cúmplices controlam partidos, são donos de jornais ou estão
entre os principais filantropos, escondidos por trás de ONGs.
Quando seus negócios são grandes e estáveis, as redes de tráfico fazem o que
tendem a fazer as grandes empresas: diversificam as atividades e investem em
política.
Criminosos se transformam em políticos, do mesmo modo que governantes se
transformam em mafiosos.
Há uns oito anos, no
México, militares que estavam envolvidos no combate às drogas foram detidos
porque faziam parte das quadrilhas.
No Peru, Vladimiro
Montesinos, chefe da Inteligência, tinha vínculos com o tráfico de armas."
O então presidente da
Lituânia, Rolandas Paksas, foi preso porque era cúmplice de um grupo mafioso. É
impossível que haja uma indústria desse tamanho, com tal sofisticação, sem que
as autoridades sejam cúmplices”.
Ninguém duvida que a indústria do crime organizado se internacionalizou.
Engoliu cerca de um quarto da economia mundial e, com a dinâmica dos tempos
modernos estão nos seguimentos mais diversos: sequestros, fraudes, tráfico de
drogas e órgãos humanos, armas, lavagem de dinheiro, prostituição, contrabando,
jogos ilegais, extorsão ou qualquer tipo de atividade que possa envolver lucro
e poder.
Quem sabe, a quebradeira que os países amargam seja a perspectiva de uma nova
ordem. Afinal, nesses tempos de internet; com poucos móveis na sala fica mais
fácil pegar o rato.
Mas, voltando ao
excelente Dom Rossé Cavaca: “bebeu veneno e o legista descobriu que era
uma solução”.
Fonte: Mídia Sem Mascara