Olavo de Carvalho
O sujeito que coloca uma bomba em lugar público, despedaçando transeuntes inocentes, ou aquele que dá uma surra em quem fez isso?
A natureza humana, a razão e o instinto respondem resolutamente: o
primeiro. Em seu apoio vêm a jurisprudência universal, as leis morais das
grandes religiões e até o regulamento da Associação Protetora dos Animais, que
não considera tão lesivo ao interesse dessas criaturas dar pancadas em uma
delas quanto liquidá-las às dúzias por meio de explosivos.
Toda a humanidade compreende intuitivamente que o torturador, por cruel e asqueroso que seja, é apenas um agressor, ao passo que o terrorista, por belo e idealista que se anuncie, é um homicida por atacado, virtualmente um genocida.
As diferenças não param aí. Maus-tratos a um prisioneiro podem
resultar do súbito impulso de fazer justiça com as próprias mãos, enquanto o
ato terrorista supõe premeditação fria, planejamento racional, execução
precisa.
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