Por Marco Frenette
O
conservadorismo brasileiro (o qual se confunde, acertadamente, com o
bolsonarismo) passa por uma depuração política: os traíras vão sendo
naturalmente espirrados.
"Traíra"
não é um termo despeitado para usar contra quem "pensa diferente",
mas palavra adequada para designar os mal intencionados que se fingem de
alinhados com as pautas conservadoras visando dinheiro e poder. Mas esses
traíras enganam cada vez menos, até porque são incrivelmente repetitivos e
previsíveis:
a)
Começam defendendo a família, a propriedade privada, a vida no ventre e a
legítima defesa;
b)
Ao não serem recompensados financeiramente por tamanha "fidelidade",
tornam-se "independentes" e partem para as "críticas
construtivas";
c)
Gradualmente, de crítica em crítica, vão renegando todos os valores que diziam
defender;
d)
Renegam os valores conservadores insistindo na contradição de que fazem isso
para defender o conservadorismo;
e)
Quando são soterrados por uma avalanche de críticas, perdem a compostura e
começam a defender abertamente os objetivos da esquerda e a trabalhar para a
demonização de Bolsonaro.
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