sexta-feira, 11 de abril de 2014

TRANSPOSIÇÃO DO PARAÍBA DO SUL PODE AFETAR 2,5 MILHÕES

A Comissão de Assuntos Municipais e Desenvolvimento Regional da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) realizou audiência pública na manhã desta quinta-feira (10) para discutir a proposta do governo paulista de transposição do rio Paraíba do Sul.

Autoridades da área de saneamento, técnicos ambientais, conselheiros da Bacia do Paraíba do Sul e representantes de prefeituras do interior participaram dos debates e trocaram informações.

— A proposta pode afetar o abastecimento de até 2,5 milhões de moradores do estado do Rio de Janeiro, quase a metade da população da capital. São Paulo precisa entender que o Brasil é uma federação.

Nós não temos alternativas de captação de água. Eles têm pelo menos outras nove — reagiu a deputada estadual Clarissa Garotinho (PR), que é presidente da comissão.

Segundo estudo encaminhado à Agência Nacional de Águas (Ana), o governo do estado de São Paulo pretende captar de 5,1 a 8,5 metros cúbicos de água por segundo da Represa Jaguari, o suficiente para abastecer de 1,5 milhão a 2,5 milhões de pessoas. 

Embora localizado em território paulista, o reservatório faz parte da Bacia do Paraíba do Sul, que atende a 75% da população fluminense.

A deputada lembra que o estado de São Paulo desperdiça, atualmente, 43 metros cúbicos por segundo entre o tratamento e a distribuição de água. “É oito vezes mais do que o governo paulista propõe retirar da Bacia do Paraíba do Sul”, reforça Clarissa.

— Se o plano for executado, haverá graves consequências sociais e econômicas para o estado do Rio de Janeiro”, disse Clarissa.

De acordo com a deputada, grandes indústrias que usam água do Paraíba do Sul no processo produtivo, como CSN, Peugeot e Votorantim, também seriam prejudicadas. Hoje, 26 municípios fluminenses dependem exclusivamente do rio— destacou Clarissa.

Energia - Segundo o assessor de representação corporativa da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae), Jaime Azulay, a retirada de água de Jaguari ainda pode trazer impacto na geração de energia. O volume mínimo a ser captado é capaz de produzir 5 MW, o suficiente para atender a um município com 160 mil habitantes.



Fonte: Ascom/Folha

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