Por Thiago Rachid
Hoje
é uma data grandiosa para a história de Nova Iguaçu. O mais importante de todos
os ativos do nosso patrimônio histórico está completando 100 anos.
Em
uma cidade tradicionalmente negligente com sua história - basta ver o que foi
feito do sítio histórico da Vila de Iguassú, da Fazenda São Bernardino e da
antiga Prefeitura, para ficar só nesses exemplos - o Correio da Lavoura chega
ao seu primeiro centenário esbanjando vitalidade e respeito.
Para
quem não conhece Nova Iguaçu, à primeira vista o nome causa estranheza:
Lavoura? Que lavoura é essa no nome?
Há
exatos cem anos, quando Silvino de Azeredo fundava o periódico mais antigo em
atividade na Baixada e, possivelmente, no Grande Rio inteiro, Nova Iguaçu era
uma imensa lavoura de laranjas que abarcava, inclusive, o que hoje são os
municípios de Caxias, São João, Nilópolis, Mesquita, Queimados, Japeri, Belford
Roxo e Magé.
A
grande força da citricultura nacional se transformou profundamente nesses 100
anos e essa grande reviravolta está registrada nas páginas do Correio da
Lavoura.
Minha
história com o jornal começou muitas décadas antes de eu nascer, já que meu
bisavô era muito amigo de um dos filhos do fundador, o Sr. Avelino de Azeredo e
foi um colaborador-anunciante do jornal. Um pouco mais de duas décadas após o
meu nascimento, passei a fazer parte dessa história colaborando com a
publicação durante alguns anos na coluna "A Cidade de Nova Iguaçu",
onde pude torturar os leitores com minhas mal-traçadas linhas.
O
Correio da Lavoura sobreviveu porque é um empreendimento privado, valente,
independente e que sempre prescindiu de governos. É o grande ícone da vocação
empreendedora de Nova Iguaçu. E seguirá sobrevivendo com a participação do povo
de Nova Iguaçu, que seguirá assinando o jornal ou anunciando em suas páginas,
deixando seus nomes na história da cidade, sendo vistos por quem interessa e
colaborando para que Nova Iguaçu continue com sua história preservada nesse
grande orgulho da nossa terra.