quinta-feira, 21 de novembro de 2019

CASO DA BAHIA SERIA UM “MODUS-OPERANDI” DO MERCADO DE TERRAS DO BRASIL?

Por Roberto Moraes

Justiça e polícia como aparatos do Estado parecem ser ambíguos e paradoxais.

Assim, este caso da "venda de sentenças para legalizar propriedades de terras" na Bahia parece expor um dos "modus-operandi" do mercado de terras no país.

Assim, a PF trouxe à tona, um conluio que envolve desembargadores, juízes em agentes locais ligados aos cartórios, quando mais de 800 mil hectares do oeste baiano foi sendo retirado de pequenos agricultores - proprietários ou ocupantes - para expansão da fronteira agrícola, atendendo à volúpia e à força de grandes fazendeiros do agronegócio de soja e algodão.

A reportagem fala em bloqueio de bens no valor de mais de meio bilhão de reais obtidos com esses negócios escusos de legalização imobiliária a favor dos grandes fazendeiros.

O caso parece também evidenciar um modus-operandi da legalização do mercado de terras nas periferias urbanas das metrópoles e cidades de médio porte, que se vincula à especulação imobiliária de grandes estoques de terras, que enriquece tanto as elites locais, quanto os burocratas de cartórios até juízes e desembargadores.

O afastamento do presidente do TJ-BA, mais três desembargadore(a)s, um juiz e uma juíza expõe um antigo problema que se trata da "venda de decisões para legitimar terras" neste caso, no oeste baiano.
A quem este antigo tipo de corrupção atende?

Tem-se aí um bom "estudo de caso" para a melhor compreensão sobre esse fenômeno.


Roberto Moraes é engenheiro e professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ)


Nenhum comentário:

Postar um comentário