segunda-feira, 2 de novembro de 2015

"NOVA IGUAÇU, À ESPERA DO BOM DEBATE"

Por Thiago Rachid

Com a devida vênia do ilustre Carlos Gilberto Triel, faço algumas considerações sobre o "bornierismo", forma como eu alcunhei o desdobramento da política feita por setores da sociedade iguaçuana ligados e liderados pelo atual Prefeito Nelson Bornier quando ele deixar o cenário eleitoral e mandatário.

É normal que exista da parte do atual prefeito e de seus aliados a intenção da manutenção de seu grupo na política iguaçuana. Isso é legítimo e até esperado. 

Saúdo, inclusive, o fato do atual prefeito tentar formar lideranças de dentro da cidade entre os mais jovens, como o faz com o Dr. Luiz Antônio Teixeira Jr., com seu Secretário de Governo, Dr. Thiago Portela e com sua vice-prefeita, a também Dra. Dani Nicolasina - para ficar em três exemplos - não fazendo como outros grupos e partidos que colocariam um parente para substitui-lo - ainda mais tendo um filho exercendo o mandato de deputado federal - ou trazendo algum nome de fora da cidade, como apraz a certos partidos.

O que é de lamentar na política iguaçuana é que outras forças políticas não trabalhem para fortalecerem-se e poderem competir com essa que hoje é a única força política nitidamente definida em Nova Iguaçu.

Curiosamente, a despeito de termos tido recentemente um prefeito eleito e reeleito pelo Partido dos Trabalhadores e uma vice-prefeita que assumiu a cadeira de prefeita pelo Partido Democrático Trabalhista - ambos de fora da cidade - não vimos crescer no seio desses partidos nenhuma força política para rivalizar com a atual força hegemônica, nem na Câmara de Vereadores, onde ambos os partidos têm representantes, tampouco no cenário eleitoral que se avizinha.

Sim, teremos uma candidatura petista, porém sem nenhum apelo popular e para a qual nada contribuiu a última gestão petista na cidade.

Gostaríamos de saber, por exemplo, se o PT tem projeto de governo ou apenas projeto de poder em Nova Iguaçu, haja vista que de 2005 a 2010, enquanto o PT governou a cidade, não tivemos sequer a construção de uma escola, não tivemos nenhuma perspectiva de dias melhores para Nova Iguaçu, sem contar o fato de o então prefeito petista ter recebido a cidade com dinheiro em caixa e a devolvido endividada e com um rombo divulgado de mais de um bilhão de reais. E o resultado foi que o povo reconduziu o então ex-prefeito Bornier ao cargo.

O que a cidade espera é ver muitas forças políticas rivalizando, sobretudo no campo das ideias e dos projetos de cidade e não a política de criminalizar os adversários, como se o defeito alheio fosse sua maior virtude.

Encerro esse comentário dizendo que não sou um colunista licenciado, sou um ex-colunista. E sou "ex" exatamente porque percebi que em Nova Iguaçu ninguém quer debater o destino da cidade e da máquina pública como instrumento de desenvolvimento econômico e social.

E por "ninguém" não entenda uma força de expressão: ninguém é ninguém MESMO.

É tudo o que tenho a dizer.


Thiago Rachid é advogado e ex-colunista
do jornal Correio da Lavoura

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