- Tenho
que tomar cuidado, se os vigilantes do Hospital da Tosse descobrirem onde moro,
vão me encher o saco só porque não paguei a merreca de quatro meses de
salário...
O
assessor Almarilio chegou por trás tocou no seu ombro:
- Prefeito,
vamos nessa...
Malvado
Lisboeta levou o maior susto:
- Filho
do Capeta com a Bruxa do 71, quer me matar, miserável?
Almarilio,
sem graça:
- Desculpe,
prefeito. Pensei que o senhor tinha me visto.
Malvado
Lisboeta, impaciente:
-
E desde quando tenho olho atrás?
Almarilio,
se conteve pra não dizer onde, e mudou de assunto:
- Prefeito,
o vereador Carmelo Lageado disse que se a luz não voltar à sua rua,
vai dedurar onde o senhor mora para os vigilantes.
Malvaldo
Lisboeta, dando pulinhos, cuspindo de raiva:
-
Chantagem não, isso não admito, se fizer isso mando
o
deputado Luizinho Martinho rebocar o carro dele.
Almarílio,
chegou bem perto e falou baixinho no ouvido do Malvado:
-
Prefeito, o deputado Luizinho Martinho tá preso...
Malvado
Lisboeta, um sorrisinho de vitória no canto da boca:
-
Estava. Ele tomou posse ontem como deputado na ALEIJA.
Almarílio,
ainda falando baixinho;
-
Não viaja prefeito, ele tomou posse mas continua preso.
Malvado
Lisboeta, nervoso, dando pulinhos, mãos abertas aos céus:
-
Não pode! Não pode! Isso é praga do ex-governador Molequinho, em que mundo nós
estamos!
Dona
Santinha, a secretaria chegou esbaforida, descabelada:
-
Prefeito, prefeito, aquelas malas dos vigilantes do Hospital da Tosse foram pro
viaduto novo do Barro Burrinho, ameaçam arrancar a grama pra comprar comida.
Malvado
Lisboeta, sem parar de dar pulinhos, dando socos no ar:
-
Aí é roubo, isso é roubo, não admito, sem a beleza da grama, como vou inaugurar
o novo viaduto?
Almarílio,
comprou a bronca do patrão:
- Prefeito
liga pro deputado Mudinho do Pneu, ele pode pedir ajuda ao japonês da Federal e
prender esses degenerados.
Malvado
Lisboeta, sacudindo a cabeça negativamente, andando em círculos:
-
Japonês! Cruz credo! Nem pensar, preciso achar outra saída, outra
saída...ACHEI!
Dona
Santinha, mãos postas, como dando graças a Deus:
-
Oh Glória! O prefeito sempre dá um jeito de fazer bem feito...
Malvado
Lisboeta, sorriso de orelha a orelha:
- Almarílio,
corra até aqueles desnaturados, mas, antes passe no mercado e compre 3
caixas de refrigerante mendigão de 1 litro e meio, e leve pros vigilantes...
Almarílio,
sem entender nada:
-
Mas, refrigerante pra quê, prefeito?
Malvado
Lisboeta, sorrisinho sarcástico:
- Caso
eles resolvam comer a grama, pelo menos não será a seco e, quero vê se
depois disso vão ter coragem de me chamar de malvadeza.
Os personagens são criações livres do autor, qualquer semelhança com casos, pessoas, etc, são meras coincidências.
Os personagens são criações livres do autor, qualquer semelhança com casos, pessoas, etc, são meras coincidências.