A Câmara Baixa do Parlamento francês
aprovou ontem (17), com 436 votos a favor, 34 contra e 83 abstenções, o projeto
de lei que garante aos pacientes terminais o direito de interromper o
tratamento e se submeter a uma sedação “profunda e contínua” até a morte.
O passo seguinte é a votação no Senado,
que deve ocorrer até junho.
Um dos autores da proposta, o
parlamentar conservador Jean Leonetti, que é médico, disse que o projeto “dá
mais autonomia, mais liberdade e mais poder de decisão aos que estão mais
vulneráveis”.
Líderes religiosos e membros de
organizações em favor da vida criticam o projeto de lei, alegando ser uma forma
de eutanásia, prática que é ilegal na França.
Pesquisa de opinião divulgada no último
fim de semana mostra, entretanto, que a proposta, inédita no mundo, tem apoio
de mais de 90% da população francesa.
A “sedação até a morte” é defendida
também pelo presidente francês, François Hollande, que chegou a adotar a ideia
como uma de suas promessas de campanha, na eleição de 2012.
O projeto também prevê que os
“testamentos vitais”, feitos por pessoas que não querem mais ser submetidas a
tratamentos de suporte artificial das funções vitais, passem a ser obrigatórios
para os médicos.
Atualmente, esses documentos têm
caráter consultivo.
Fonte AgBrasil